sábado, 24 de julho de 2010

Apologia ao desmatamento?

Essa imagem assinala uma cena comum na BR 317, sentido Rio Branco/Capixaba. Muitos pecuaristas aderem ao uso indiscriminado do fogo para deixarem os arredores de seus pastos limpinhos. O mundo todo fala em combater a emissão de gás carbônico, como forma de desacelerar o aquecimento global. Fala-se muito em como conter o desmatamento, mas frear atitudes como essas parece missão impossível.

Ainda mais quando temos no Brasil uma senadora que já se demonstrou despreocupada com o meio ambiente. Kátia Abreu (DEM - TO) faz apologia ao desmatamento com brilho no olhar. Ela visa um 'curral' fiel às práticas primordiais.

“Não se planta arroz em cima de árvores. Não se cria bois em cima de árvores. Infelizmente ou felizmente, as áreas precisam ser abertas para a produção de alimentos. Quem dera fôssemos capazes de produzir comida sem ter que desmatar uma área, sem ter que arrancar do chão nenhuma espécie de plantinha. Seria um milagre extraordinário. Infelizmente, nós não somos capazes ainda de descobrir uma tecnologia que evite a abertura de áreas”, discursou Kátia Abreu na inauguração da sede da Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faeac), no dia 19 de julho.

Terras alteradas para o fomento da pecuária não estão em falta no Brasil. A questão é que a senadora acha mais fácil e lucrativo derrubar do que incentivar a agricultura familiar, por meio de tecnologias que beneficiam a atividade ruralista, sem a necessidade de ferir tanto o meio ambiente. A escolha dela gera riqueza imediata, mas é uma opção que oferece a humanidade um futuro devastador.

Além das ações predatórias pela sede de pasto daqueles que são donos de extensas propriedades de terras, o que mais estimula as derrubadas e o uso indiscriminado do fogo é a falta de incentivo à agricultura. É fato. Se não dão condições à produção rural sustentável, a preferência continuará sendo as práticas rudimentares. Desse modo, os governantes que defendem o desenvolvimento sem riscos ambientais, precisam por em prática suas promessas de apoiar o homem do campo, para que este, não precise cometer mais crimes contra a natureza. Existem pessoas que pensam como a senadora Kátia Abreu porque o Estado é ainda falho nesse sentido. Diante de muita retórica e pouca prática, o Estado não abre brechas. Na verdade, abre crateras para a defesa de atividades desfavoráveis ao meio ambiente.

Floresta em pé dá lucro!
www.planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/combate-desmatamento-agricultura-economia-brasileira-575373.shtml

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