domingo, 31 de outubro de 2010

Qual o destino?

À exceção da minoria que se enquadra no perfil de fazendeiros brasileiros que possuem riquezas em território estrangeiro, há na história das famílias que vivem na fronteira da Bolívia aspectos singulares de luta pela sobrevivência fora do seu país de origem.

Com muito suor, a maioria das famílias desenvolve em suas áreas a agricultura familiar. Elas cultivam a mandioca, banana, feijão, arroz, milho. Muitas delas também vivem do extrativismo da borracha e da castanha. Além da pecuária não extensiva.

"Expulsos" de seu país por causa do sistema falho de reforma agrária, onde a maior parte da terra é concentrada nas mãos de poucos, esses colonos, alguns com mais de 50 anos na Bolívia, vivem agora o dilema de observar toda essa luta em solo estrangeiro se esvair. O que fazer? Deixar tudo que construíram ao longo de décadas para trás? Confiar agora no seu país de origem, que em outrora lhes negou moradia? Começar de novo? Eis os principais medos dessas famílias, conscientes de que reforma agrária no Brasil é sinônimo de desigualdade e morosidade.

Dessa forma, não querem agora abrir mão de seus longos anos trabalhados com muito suor, por 10 hectares de terras oferecidas pelo governo brasileiro, e que, inicialmente, contemplam apenas 90 das 550 famílias. Por outro lado, também não aceitam serem deslocadas para o interior da Bolívia, longe da área de segurança nacional daquele país. Como disse a colona Aurelina, não querem nem acordo em serem reassentados nos "cafundós do Judas", que implica, certamente, o medo do isolamento rural em país estrangeiro.

Claro que há também a influência de fazendeiros para que as famílias sigam insistindo em permanecer na fronteira. Mas, diante do exposto fica explícito que isso não é fator determinante. Diante de uma situação delicada como essa, de luta pelos direitos humanos, seria ingenuidade pensar que a resistência em sair da fronteira seria, exclusivamente, pela influência dos latifundiários.

Como se sabe, as famílias rejeitaram as propostas de reassentamentos dos governos brasileiros e bolivianos. Se recapitularmos os fatos, não há nada de estranho nisso. A exemplo de um boliviano que obteve cidadania brasileira para continuar com suas áreas rurais no Brasil, os colonos brasileiros agora vão lutar pela cidadania boliviana. No entanto, lembramos que o governo boliviano decidiu cumprir a lei que proíbe estrangeiros de ocuparem a faixa de segurança. Emitir documentos garantindo cidadania boliviana a centenas de brasileiros que moram na faixa de fronteira seria uma vitória ímpar e histórica da diplomacia brasileira. Afinal, a Bolívia quer ou não quer preservar sua soberania nacional?

Para os colonos, possuir dupla cidadania seria a melhor alternativa. Porém, difícil. Contudo, é um caminho. E esse caminho precisa ser sonhado e trilhado até que seja totalmente desbravado. Pressupondo uma resposta negativa, caberá a eles, repensarem as propostas dos governos. Até que seria justo mencionar aqui que caberia também aos governos repensarem suas propostas de reassentamentos, mas, não sabemos até onde vai a vontade política de ambos, diante de dois sistemas falhos em relação à reforma agrária. Enquanto isso, esperamos então, as decisões das autoridades envolvidas no que se refere ao destino dessas famílias.














sábado, 30 de outubro de 2010

Conflito Brasil x Bolívia

Famílias brasileiras que vivem na fronteira da Bolívia recusam propostas de reassentamentos.
Para continuarem na fronteira, sonham agora com a cidadania boliviana.


A situação das famílias brasileiras que vivem na faixa de fronteira da Bolívia parece estar longe de ser resolvida.

Brasil e Bolívia assinaram no ano de 2006, um acordo para realizar o processo de regularização de imigrantes. Desde então, os países vêm negociando a retirada das famílias brasileiras da área de segurança nacional boliviana.

No acordo, o Brasil cedeu dez milhões de dólares a Organização Internacional para Migrações (OIM). Entre as principais funções da OIM, está a de reassentar as famílias que aceitam continuar em território estrangeiro, porém, a 50 quilômetros da faixa fronteiriça.

Enquanto as que não querem essa opção, cabe ao governo brasileiro reassentá-las, por meio do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Até o momento, as negociações não obtiveram grandes resultados. Das 550 famílias, apenas seis aceitaram ser reassentadas, sendo três em cada país. Vários motivos emperram as negociações, dentre os quais estão o medo dos produtores em perder suas benfeitorias realizadas ao longo de décadas; interesses de grandes latifundiários brasileiros que possuem terras na Bolívia, pois, como não se enquadram na reforma agrária, ficam sem alternativas e acabam induzindo famílias a outros caminhos, distantes das legislações voltadas a agricultura familiar no Brasil; bem como a lentidão das desapropriações de terras improdutivas para o reassentamento total das famílias.

Brasileiros rejeitam propostas do Incra e OIM

"Se for preciso, vamos derramar sangue", ameaçaram


No dia 18 de outubro, representantes do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Organização Internacional para Migrações (OIM) e a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Acre reuniram-se em Capixaba para discutir a questão junto aos colonos.

Autoridades brasileiras e bolivianas em reunião com os colonos
Na ocasião, o representante do Incra, Hildebrando Veras, lançou as propostas de reforma agrária aos brasileiros. De acordo com Veras, inicialmente, até que novas terras sejam desapropriadas, das 550 famílias, apenas 90 seriam reassentadas no Projeto Triunfo, que levou aproximadamente 10 anos para desapropriação, localizado a 60 quilômetros do município de Plácido de Castro.

Cada família receberia 10 hectares de terra, uma casa de alvenaria com dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Além disso, o Incra asseguraria o direito a ramais, assistência técnica por dois anos e um recurso de R$ 3.200 em crédito para compra de ferramentas e alimentação.

Veras disponibilizou ainda uma lista com os nomes das 90 famílias que seriam reassentadas na área desapropriada. No entanto, a lista foi ignorada pelos presentes.

Diante das propostas do Instituto, a princípio, parecia que tudo ia correr bem. Mas, esse sentimento foi por água abaixo quando os colonos tiveram ciência da quantidade de hectares que iam adquirir, principalmente por descobrirem o total de famílias que iam ser reassentadas. Enquanto os brasileiros, "donos" de mais de 400 hectares e com influência social e política no Brasil, aproveitaram o momento para incentivar os produtores a aceitarem a proposta do Incra somente se os lotes contemplassem todas as 550 famílias.

No fervor das discussões, em coro, chegaram até a incitar a violência com frases do tipo "se for preciso, vamos derramar sangue".

 “500 hectares na Bolívia não é problema para o Brasil resolver. E sim, problema particular do fazendeiro"

Há também os colonos que somente aceitariam a proposta se as terras fossem localizadas em Capixaba. Dos mais de 100 produtores presentes, apenas três aceitaram ser reassentados no Brasil. O presidente da Associação dos Brasileiros na Bolívia, Francisco de Assis, vulgo Careca, é outro que incentiva às famílias a rejeitarem as terras de Plácido. “Só aceitem terra no Brasil só se for em Capixaba. E se continuarmos na Bolívia que façamos questão da cidadania boliviana para que tenhamos direito de continuar na fronteira. Não é justo ganharmos apenas dez hectares de terra, sendo que tem gente na Bolívia que possui 500”, disse.

Mas, em visita à Capixaba no mês de novembro de 2009, o vice-presidente nacional do Incra, Roberto Kiel, alertou aos brasileiros que “possuir 500 hectares na Bolívia não é problema para o Brasil resolver. E sim, problema particular do fazendeiro”.

Na reunião recente, destacando ainda os brasileiros que têm extensas áreas rurais naquele país, mas que não moram lá, Veras reiterou a informação de Kiel. "Nosso compromisso é com as famílias que vivem na fronteira boliviana e que se enquadram na reforma agrária do nosso país. Vamos oferecer a elas condições de vida no Brasil, depois que saírem da divisa. Serão 10 hectares para cada família com toda infraestrutura", finalizou.

 “Não quero nem acordo com esse negócio de ser reassentada no cafundó do Judas”

As famílias também têm a opção de serem reassentadas na Bolívia, porém, a 50 quilômetros da faixa de fronteira.

Segundo o coordenador do Programa de Reassentamento na Bolívia, por meio da OIM, Miguel Ruiz, três famílias brasileiras já foram reassentadas em território boliviano. "A capacidade para levar as famílias que queiram viver na Bolívia legalmente é de cem por cento. Para nós, ao contrário do Incra que oferece casa de alvenaria, priorizamos água e saneamento. As casas que disponibilizamos são de madeira, possuem 70 metros quadrados, oferecemos assistência técnica e um fundo rotatório, que seria um mecanismo de crédito, dirigido às pessoas que escolherem viver em território boliviano, no sentido de incentivar a produção.

Contudo, a maioria dos brasileiros é descrente dessa possibilidade. "Se até em meu país de origem existe isola-mento rural, imagina então na Bolívia. Não quero nem acordo com esse negócio de ser reassentada no cafundó do Judas", criticou dona Aurelina Rosa (41), habitante da faixa de fronteira da Bolívia há mais de 12 anos.

Aleac vai elaborar propostas reivindicando dupla cidadania

Ao final das negociações, a principal reivindicação tornou-se a luta pela cidadania boliviana, cogitando uma vida de tranquilidade na fronteira. Desse modo, foi solicitado ao Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Aleac, deputado Walter Prado (PDT), que realizasse um encontro com todas as autoridades envolvidas, inclusive o Governo do Acre, para que pudessem entregar uma proposta de naturalização desses produtores rurais, assim como fez um grande pecuarista da Bolívia, Wilson Barbosa, para que não fosse desapossado de suas propriedades no Brasil. O fazendeiro, segundo os colonos, nasceu na Bolívia e naturalizou-se brasileiro com o objetivo de permanecer com suas extensas áreas de terras no Brasil.

"Uma questão de grande interesse público como essa, que envolve direitos humanos, não podemos deixar que se resolva sozinha. Vamos tentar negociar para que consigamos chegar a uma solução pacífica. O governo brasileiro está colocando uma posição verdadeira, não queremos que haja pânico. Assim como aqui no Brasil vivem milhões de bolivianos que não passam por isso, pois são amparados por lei, queremos que haja por parte do governo boliviano essa consciência também", disse o deputado Walter Prado.

Até o momento, a data para um novo encontro não foi definida. A Comissão de DH da Aleac vai elaborar propostas reivindicando dupla cidadania aos brasileiros. Em seguida, marcará outra reunião. Até que se resolvam esses conflitos, as autoridades garantem que os brasileiros não sofrerão nenhuma repressão, por parte do governo boliviano, para que abandonem o território.














































quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ponto para o seu currículo

O Ministério da Educação (MEC), em parceria com o Governo Estadual e Prefeitura de Capixaba, vai oferecer três cursos técnicos destinados às pessoas que possuem Ensino Médio e para quem está concluindo o mesmo.

Os cursos disponibilizados são: Técnico em Administração de Serviço Público; Técnico em Eletroeletrônica; e Técnico em Administração de Empresas.

Ao todo serão 90 vagas, divididas entre as três formações técnicas. O Coordenador de Pólo, Gilberto Dankar, ressalta que 50% das vagas do curso Administração de Serviço Público serão destinadas às pessoas que já exercem função pública. As inscrições são gratuitas e serão realizadas entre os dias 13 e 16 de setembro, das 14 às 18 horas, no Centro Cultural.

As aulas serão online, acompanhadas por tutores, e acontecerão aos sábados, durante 18 meses, no laboratório de informática da Escola Estadual Argentina Pereira Feitosa.

“Capixaba foi privilegiada com a vinda desses cursos. Apenas sete municípios no Estado foram contemplados: Brasileia, Capixaba, Epitaciolândia, Manoel Urbano, Porto Acre, Sena Madireira e Xapuri”, informou Dankar.

Então, jovem, aproveite essa oportunidade para valorizar ainda mais o seu currículo! Mais informações: Escola Argentina.

domingo, 5 de setembro de 2010

Preserve a natureza!

Hoje comemora-se o Dia da Amazônia, a maior reserva natural do mundo. Vamos nos mobilizar para ter um planeta mais saudável, bom de se viver. Faça como os estudantes do Remanso, seja um defensor da natureza!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ribeirinhos feitos de esperança

Justiça Comunitária promove ação de incentivo
à leitura e à preservação da natureza
Estudar em meio à floresta requer muito sacrifício. Enquanto os alunos da cidade começam os preparativos para irem à escola às 6 da manhã, os estudantes ribeirinhos da comunidade Remanso, localizada às margens do Rio Acre, a 55 quilômetros da zona urbana do município de Capixaba, já estão navegando sob o Rio Acre por meio de barcos, muitos enfrentando duas horas de viagem, o frio da madrugada, chuva ou sol para terem acesso às aulas.

As diferenças não param por aí. O ensino na zona rural é pelo método multisseriado, ou seja, onde estudam, na mesma sala, alunos de diversas séries. Há também grande dificuldade em conseguir materiais didáticos, sobretudo literários, que é a ferramenta fundamental de incentivo à leitura.

Como se não bastassem essas diferenças, o estudo para muitos pode ser interrompido no ensino fundamental, como já vem acontecendo há décadas, devido à falta de oportunidade para seguirem a trajetória estudantil na cidade. No entanto, mesmo que a vida estudantil naquela região se configure um nado contra as correntezas do rio, disposição para querer aprender e alcançar um lugar ao sol não falta para dezenas daqueles ribeirinhos.

"Temos muitos problemas aqui, mas a gente gosta muito de estudar e não faltamos à escola por nada. Acordamos bem cedo para esperar o barco passar. Hoje foi o dia que mais gostei, nunca vou esquecer", disse a estudante Thainá Lima (12).

Foi pela determinação e pelo olhar de esperança das crianças ribeirinhas que o Programa Justiça Comunitária, vinculado ao Poder Judiciário do Estado do Acre, realizou no dia 27 de agosto, das 8 às 17 horas, na comunidade Remanso, o Projeto Rios do Saber. A iniciativa teve como objetivo a promoção de ações voltadas à educação, justiça, saúde, meio ambiente, esporte e cultura. Visando com isso, a prevenção das vulnerabilidades sociais e ambientais das comunidades que vivem às margens dos rios, com foco especial nos estudantes.

Mais de 200 pessoas participaram das atividades. Além da entrega dos materiais arrecadados, tais como livros literários e didáticos, materiais escolares, bolas de futebol e vôlei, o Projeto destacou-se na promoção de torneios esportivos, apresentações de atividades culturais, mostras de trabalhos estudantis, corte de cabelos, atendimento médico, campanha de vacinação, prevenção de endemias, saúde bucal, bate-papo sobre o meio ambiente, orientação jurídica, palestras sobre Corrupção Eleitoral ministrada pela Juíza de Direito, Mirla Cutrim; Violência Doméstica; e drogas.

"Foi gratificante conhecer mais um pouco a difícil realidade das famílias da zona rural. Acredito que a partir dessa experiência, o Programa Justiça Comunitária terá condições de viabilizar novos atendimentos, específicos às comunidades rurais com suas necessidades particulares, não só para as crianças, mas para os pais e trabalhadores rurais, que não têm conhecimento dos seus direitos civis e sociais, bem como de seus deveres como pais e cidadãos", observou Mirla Cutrim.

Pensando no equilíbrio do Planeta Terra, o dia foi encerrado com a distribuição e plantio de mudas, e com o recital de poesias produzidas no Cantinho Rios do Saber, de incentivo à leitura e à preservação da natureza.

O Projeto contou com a parceria da Prefeitura e Câmara de Capixaba, secretarias municipais em Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, Departamento Municipal de Cultura, Secretaria Estadual de Esportes, Sesacre, Sinteac, Boi Ouro Agropecuária, Web Informática, Jornal Capixaba, Gazin, Thel Cabeleireiro, Salão Destak, Livrarias Betel e Paim, Viveiro Santa Fé, Escola Mundo Encantado, Projeto Resgatando Vidas, Sindicato do Trabalhador Rural, Bazar Vidal, Panificadora Rodrigues, Panificadora Stillu’s, Papelaria Grafitt, Papelaria Universitário, Hotel e Restaurante Pacífico, Restaurante Sabor da Casa, Restaurante São José, Tacacá da Joélia, Lanche Altas Horas, Auto Escola Piloto, Hoje Cosmetics, Plenus Informática, Mercearia Pacheco, Morena Flor, Auto Posto Vitória, Farmácia Mercúrio, DEAS, professores e apoio da comunidade.




Fotos: Nattércia Damasceno

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Você sabe o que é podar?


Árvores "podadas".

Queimadas
Segundo os dicionários, podar é a "ação de aparar ramos de plantas, galhos de árvores, a fim de favorecer o crescimento saudável dos novos". Mas, para a prefeitura de Capixaba podar é muito diferente. É cortar no sentido literal da palavra. Segundo a professora Rosaura Bandeira, as árvores estavam invadindo a rua, mas ela não esperava que fossem "podar" dessa maneira.  "Essas árvores históricas foram plantadas pelo senhor Hélio Tessinari. Naquela época,  ele regava as arvorezinhas com baldes de água carregados num carrinho de mão. Meu marido Cícero também tinha essa preocupação. Acho isso que fizeram um absurdo", lamentou a professora.

Árvores de Capixaba
Não bastando, no período da noite, tocaram fogo no entulho. De acordo com Raimundo Maia, prestador de serviços de limpeza pública, as árvores foram cortadas pelo setor de limpeza, mas ele não tem conhecimento de quem colocou fogo. "Recebemos um ofício para executarmos o serviço, pois as árvores estavam dificultando a passagem de carros na rua João Tessinari. O caminhão que ia recolher os galhos quebrou. Estávamos aguardando para fazermos esse serviço de recolhimento, mas não temos ideia de quem colocou fogo", disse.


sábado, 24 de julho de 2010

Apologia ao desmatamento?

Essa imagem assinala uma cena comum na BR 317, sentido Rio Branco/Capixaba. Muitos pecuaristas aderem ao uso indiscriminado do fogo para deixarem os arredores de seus pastos limpinhos. O mundo todo fala em combater a emissão de gás carbônico, como forma de desacelerar o aquecimento global. Fala-se muito em como conter o desmatamento, mas frear atitudes como essas parece missão impossível.

Ainda mais quando temos no Brasil uma senadora que já se demonstrou despreocupada com o meio ambiente. Kátia Abreu (DEM - TO) faz apologia ao desmatamento com brilho no olhar. Ela visa um 'curral' fiel às práticas primordiais.

“Não se planta arroz em cima de árvores. Não se cria bois em cima de árvores. Infelizmente ou felizmente, as áreas precisam ser abertas para a produção de alimentos. Quem dera fôssemos capazes de produzir comida sem ter que desmatar uma área, sem ter que arrancar do chão nenhuma espécie de plantinha. Seria um milagre extraordinário. Infelizmente, nós não somos capazes ainda de descobrir uma tecnologia que evite a abertura de áreas”, discursou Kátia Abreu na inauguração da sede da Federação da Agricultura do Estado do Acre (Faeac), no dia 19 de julho.

Terras alteradas para o fomento da pecuária não estão em falta no Brasil. A questão é que a senadora acha mais fácil e lucrativo derrubar do que incentivar a agricultura familiar, por meio de tecnologias que beneficiam a atividade ruralista, sem a necessidade de ferir tanto o meio ambiente. A escolha dela gera riqueza imediata, mas é uma opção que oferece a humanidade um futuro devastador.

Além das ações predatórias pela sede de pasto daqueles que são donos de extensas propriedades de terras, o que mais estimula as derrubadas e o uso indiscriminado do fogo é a falta de incentivo à agricultura. É fato. Se não dão condições à produção rural sustentável, a preferência continuará sendo as práticas rudimentares. Desse modo, os governantes que defendem o desenvolvimento sem riscos ambientais, precisam por em prática suas promessas de apoiar o homem do campo, para que este, não precise cometer mais crimes contra a natureza. Existem pessoas que pensam como a senadora Kátia Abreu porque o Estado é ainda falho nesse sentido. Diante de muita retórica e pouca prática, o Estado não abre brechas. Na verdade, abre crateras para a defesa de atividades desfavoráveis ao meio ambiente.

Floresta em pé dá lucro!
www.planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/combate-desmatamento-agricultura-economia-brasileira-575373.shtml

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Geoglifos atraem a atenção de estudantes

Drª Denise Schaan dialogando com os estudantes
O workshop sobre geoglifos realizado hoje pela indústria Álcool Verde, em parceria com o IPHAN contou com mais de 200 alunos da rede pública. Na ocasião, a pesquisadora Denise Schaan esclareceu as dúvidas dos estudantes sobre os sítios arqueológicos localizados em Capixaba, que segundo ela, é o município acreano com mais registros de geoglifos.

Um dos pontos mais questionado no evento foi sobre a importância desses sítios. Segundo a pesquisadora, além de essas marcas instigarem a pesquisa na área da arqueologia, tem a questão da abertura do turismo na região.

Desde 2005 um grupo de pesquisadores, que inclui a Drª Schaan, vem realizando pesquisas no município. Em 2008 a Álcool Verde, seguindo as recomendações ambientais do MPE, começou a investir em estudos sobre os geoglifos. Somente na área em que a usina atua, segundo Schaan, foram encontrados 31 sítios arqueológicos. Mas, há marcas em outras propriedades também, como por exemplo, o Geoglifo Bimbarra localizado a apenas 1000 metros da prefeitura de Capixaba, o Geoglifo Fazenda Crichá e outros.

De acordo com o gerente ambiental da Álcool Verde, Simon Sala, a iniciativa mostra a preocupação que a indústria tem em preservar o meio ambiente, não somente na unidade industrial acreana, mas em todos os estados em que o Grupo Farias se faz presente.

  Estrutura foi erguida para visitas ao Geoglifo Bimbarra

Gerentes da Álcool Verde, prefeito Joais e representantes da SEMA
Após o Workshop, os estudantes juntamente com a equipe da Álcool Verde, representantes da SEMA, prefeito de Capixaba, Joais dos Santos e outras autoridades municipais, pegaram a trilha de um quilômetro rumo ao Geoglifo Bimbarra. A Álcool Verde em parceria com a prefeitura de Capixaba construiu um pequeno mirante para observação do sítio. Segundo os organizadores, se o fazendeiro Bimbarra concordar, a estrutura permanecerá no local para que escolas realizem visitas e atraia a atenção de outras pessoas.

Saiba mais - leia entrevista sobre geoglifos: www.eliztessinari.blogspot.com/2008/03/blog-post.html

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Workshop Geoglifos

O empreendimento Álcool Verde promoverá em parceria com o Departamento de Patrimônio Histórico da Fundação Elias Mansour (FEM) um wokrshop sobre a inserção de geoglifos na paisagem de Capixaba, Acre. A oficina acontecerá no dia 23 de julho de 2010, na Quadra de Esportes, ao lado da prefeitura de Capixaba.

Um dos objetivos do workshop é a apresentação das iniciativas da Álcool Verde em relação à preservação de sítios arqueológicos no município de Capixaba, local onde a Usina Sucroalcooleira encontra-se instalada.

Programação:

07h30min: Credenciamento;

08h00min: Abertura;

08h30min: Geolglifos e sua inserção na paisagem de Capixaba – Acre (Drª Denise Schaan);

09h30min: Preservando o Patrimônio Arqueológico (Álcool Verde);

10h00min: Perguntas;

10h15min: Visita guiada ao Geoglifo Bimbarra;

11h15min: Encerramento.

Geoglifos são vestígios arqueológicos representados por desenhos geométricos (linhas, quadrados, círculos, octógonos, hexágonos etc...), zoomorfos (animais) ou antropomorfos (formas humanas), de grandes dimensões e elaborados sobre o solo, que podem ser totalmente e melhor observados se vistos do alto, em especial, através de sobrevôo. (Fonte: http://www.geoglifos.com.br/index.html) 

Capixaba é uma rota de grande concentração de sítios. Há mais de 40 geoglifos na região. O Geoglifo Bimbarra localiza-se a apenas 1000 metros da prefeitura do município.


sábado, 17 de julho de 2010

Quem já vestiu a camisa do Projeto Rios do Saber?

Quem já vestiu a camisa do Rios do Saber, além de estar engajado numa ação que transforma cenários difíceis em uma boa leitura, vai ter o privilégio de respirar novos ares e de se deliciar com muitas melancias às margens do rio Acre.

O Rios do Saber acontecerá no dia 27 de agosto, na comunidade Remanso, a 55 quilômetros da zona urbana de Capixaba. Promovido pelo Programa Justiça Comunitária, a iniciativa vai difundir ações educativas voltadas à justiça, saúde, meio ambiente, lazer e cultura. O objetivo principal é a prevenção das vulnerabilidades sociais e ambientais das comunidades ribeirinhas, com foco especial aos estudantes do ensino fundamental.

O evento promoverá palestras sobre saúde bucal e prática de escovação com as crianças; cuidados com o meio ambiente e violência doméstica; Apresentações de peças teatrais produzidas pela comunidade local e por parceiros do Projeto com temáticas relacionadas ao meio ambiente e à saúde. Cantinho Rios do Saber (Oficina de leitura e concurso cultural); Cantinho ambiental; Cantinho Rios da Beleza (Corte de cabelo, cuidados com a pele); Torneios esportivos; Entrega dos materiais arrecadados; Atendimento clínico geral à comunidade; Encerramento com recital de poesias produzidas pelas crianças no Cantinho Rios do Saber.

Para fazer parte do projeto, doe livros  literários, brinquedos, alimentos, materiais de higiene bucal, calçados e roupas. Contatos: (68)3226-3281/8422-1284.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Rios do Saber

Transformando cenários difíceis em uma boa leitura
O Programa Justiça Comunitária vai realizar em agosto, o Projeto Rios do Saber.
A iniciativa tem como objetivo a promoção de ações educativas voltadas à justiça, saúde, meio ambiente, lazer e cultura, visando com isso, a prevenção das vulnerabilidades sociais e ambientais das comunidades ribeirinhas, com foco especial aos estudantes  do ensino fundamental.

O Projeto nasceu após uma visita realizada pelo Programa Justiça Comunitária - Núcleo Capixaba - à comunidade Remanso, localizada a 55 quilômetros da zona urbana de Capixaba, às margens do Rio Acre.

Panorama dos estudantes ribeirinhos
Estudar na zona rural requer muito sacrifício. Os estudantes da comunidade, muitos de pés descalços, enfrentam o frio da madrugada, sol ou chuva para terem acesso às aulas. De segunda a sexta, sete da manhã, os barcos (duas horas de viagem subindo e uma descendo) chegam com as crianças e adolescentes de diversos varadouros. Disposição para querer aprender e alcançar um lugar ao sol não falta para esses ribeirinhos. Mas, a vida estudantil naquela região se configura um nado contra as correntezas do rio. Há grande carência de materiais didáticos e literários, falta de incentivo à leitura, ao lazer, à cultura. Não bastando, para maioria dos alunos, segundo a professora Clemilda, "o estudo é interrompido no ensino fundamental, uma vez que a insuficiência de transporte escolar para os alunos continuarem seus estudos nas escolas da zona urbana é enorme". E assim, o mundo caminha assistindo há décadas a devastação dos sonhos desses ribeirinhos.


Meio ambiente
Outro problema comum nas regiões ribeirinhas do Acre é a degradação ambiental. Tanto os sanitários das casas dos cidadãos quanto os das escolas despacham as dejeções humanas diretamente para o rio. Decerto, políticas públicas para saneamento básico na zona rural existem, mas, basta termos disposição para visitar esses territórios, para percebermos que são raramente praticadas.

Igualmente, boa parte dos cidadãos joga todo lixo gerado nas margens dos rios. Daí estampa-se a carência do incentivo à prevenção de doenças e da conscientização ambiental desses ribeirinhos.

Saúde bucal
A saúde bucal das crianças é mais um dilema. Grande parte precisa de atendimento odontológico. É até óbvio dizer que o índice se dá pela falta de material de higienização e orientação sobre a escovação.

Transformando sonhos
Em meio a todos os problemas enfrentados, lembramos que o Rios do Saber nasce para alimentar os sonhos dessas comunidades, levando justiça, saúde, lazer, cultura, sobretudo ações voltadas à educação, como doação de livros didáticos e literários, palestras educativas sobre doenças sexualmente transmissíveis, pedofilia, violência doméstica, Lei Maria da Penha, saúde bucal, cuidados com o corpo e saúde ambiental.

Em primeiro lugar: a educação

É bem verdade que as grandes mazelas da humanidade disseminaram-se porque a prevenção dos problemas veio se tornar prática, um pouco mais presente nas administrações públicas, muito recentemente. O fato é que o investimento nessa área ainda é pouco, principal-mente na zona rural.

Ressalta-se que o Justiça Comunitária tem como objetivo a solução rápida e amistosa de pequenos conflitos, por meio da mediação e conciliação. No entanto, os serviços oferecidos à comunidade vão muito além disso. O programa destaca-se também na promoção da cidadania através de atividades educativas e recreativas, como forma de prevenir, reitera-se, as mais diversas vulnerabilidades sociais e ambientais. Desse modo, educação como peça chave do Projeto Rios do Saber porque, sem dúvida, ela é a ponte para evitar tais vulnerabilidades.

Primeira edição do Rios do Saber
A primeira edição do Rios do Saber está marcada para o dia 27 de agosto de 2010, envolvendo três escolas da região: Escola São Francisco, Escola Cinco de Maio e Galpão da Subaia, onde funciona o Ensino de Jovens e Adultos (EJA). As atividades começarão às 08h00min e vão até as 17h00min.

Atividades programadas
O evento promoverá palestras sobre saúde bucal e prática de escovação com as crianças; cuidados com o meio ambiente e violência doméstica; Apresentações de peças teatrais produzidas pela comunidade local e por parceiros do Projeto com temáticas relacionadas ao meio ambiente e à saúde. Cantinho Rios do Saber (Oficina de leitura e concurso cultural); Cantinho ambiental; Cantinho Rios da Beleza (Corte de cabelo, cuidados com a pele); Torneios esportivos; Entrega dos materiais arrecadados; Atendimento clínico geral à comunidade; Encerramento com recital de poesias produzidas pelas crianças no Cantinho Rios do Saber.

Parcerias
Para realização das atividades, o Rios do Saber pretende arrecadar livros didáticos e literários, brinquedos, alimentos, materiais de higiene bucal, calçados e roupas.

Parcerias realizadas
Atualmente, o Projeto já conta com a parceria da Prefeitura e Câmara de Capixaba, secretarias municipais em Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, Boi Ouro Agropecuária, Web Informática, Jornal Capixaba, Belezoca Fashion, Livrarias Betel e Paim, Viveiro Santa Fé, Escola Mundo Encantado, Incra, Projeto Resgatando Vidas, professoras Rozangela Costa e Rozangela Tessinari, acadêmicos da Ufac Neivo Souza e Helena Fernandes, Bazar Vidal, Panificadora Stillu’s, empresário Liberato Filho, Lanche Altas Horas e Hoje Cosmetics.

Transforme cenários difíceis em uma boa leitura. Temos mais de 50 cartinhas com pedidos das crianças. Adote uma! (68)3226-3281/8422-1284/8416-5931.

Programa Justiça Comunitária - Idealizado e coordenado pela Desembargadora Eva Evangelista, e executado pela Juíza de Direito, Mirla Cutrim, o Programa Justiça Comunitária é desenvolvido pelo Tribunal de Justiça Acreano desde 2002, inicialmente em convênio com o Ministério da Justiça. Desde 2006 o Programa vem sendo executado em parceria com a Prefeitura de Rio Branco e recentemente foi fortalecido por conta dos convênios nº 034/2008, do TJAC com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci, do Ministério da Justiça, e nº 700546/2008, com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Esta última parceria tornou-se possível pelas emendas parlamentares apresentadas pelos deputados federais Nilson Mourão, Ilderlei Cordeiro, Sérgio Petecão e Flaviano Melo. Em Rio Branco, o Programa é desenvolvido em 35 bairros carentes, divididos em seis regionais. No ano de 2009, pela primeira vez, o mesmo trabalho realizado com sucesso na Capital começou a ser colocado em prática em outros dois municípios do Estado - Capixaba e Epitaciolândia -, onde também vem realizando bons resultados na solução rápida e amistosa de pequenos conflitos, por meio da mediação e conciliação. Além disso, o programa atua nas comunidades promovendo a cidadania através de palestras educativas, mutirões de atendimentos e dias de lazer.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Presentes criativos no mês dos namorados

Eco Estúdio Fotográfico lança promoção do mês dos namorados

Nattércia Dasmasceno é acreana de Rio Branco, jornalista e fotógrafa. Atua como assessora de imprensa. Sabrina Soares é acreana de Xapuri, jornalista e fotógrafa. Atua como repórter fotográfica de jornal impresso.
As profissionais fizeram cursos de Iluminação em Estúdio, Ensaio Externo e Photoshop Básico na Escola de Fotografia Full Frame, em São Paulo. Participaram do Estúdio Brasil 2009 – evento que reuniu diversos fotógrafos em novembro de 2009, em São Paulo.
Conheça os trabalhos acessando a página http://ecoestudio.wordpress.com/

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Falou em arrumar a mochila para uma aventura?

A vida sedentária na terceira idade vem, cada vez mais, perdendo espaço para as atividades de ginástica e lazer. Pelo menos é o que comprova um grupo composto por mais de 50 idosos de Capixaba, a maioria mulheres, organizado pela professora Marli Fontana desde o ano de 2004.

Falou em arrumar a mochila e pegar a vara de pesca para uma aventura, eles vibram de ansiedade. Na sexta-feira (16), uma hora antes da partida para um dia de lazer organizado pelo Programa Justiça Comunitária - Núcleo Capixaba, com destino à Colônia do "Seu Qualhada", todos já estavam à espera do ônibus. Ficar em casa brigando com o relógio passa longe de ser o hobby favorito desse grupo.

Os convidados pescaram, tomaram banho de açude, deliciaram-se com um almoço, muitas frutas, sombra e água de coco geladinha. No final da tarde, um piquenique com direito a sorteios de prêmios, redes para uma soneca e bolinhas. Isso mesmo, todos ganharam bolinhas para fisioterapia!

Entre os atletas do bem-estar, encontramos o nadador José Franklin da Silva (72), que nem mesmo a deficiência visual o impediu de nadar pela parte profunda do açude. Claro, orientando-se pela voz da flor da terceira idade, Marli Fontana. "É bom demais. Melhor que isso não há. Adoro nadar. Estou muito feliz com esse dia aqui", disse José, que também não deixou de plantar bananeira na água.

As pescadoras voltaram para casa com o jantar garantido. "Estava muito bom para mariscar. Peguei cará, piau. Para mim isso é muita diversão", afirmou dona Alba de Freitas de Souza (68), mãe de nove filhos.

E para quem não quis praticar o nado e a pesca, a equipe do Justiça Comunitária realizou dinâmicas de grupos para animar o dia. Na dinâmica da “teia de aranha”, onde todos falariam um pouquinho de si mesmo, houve até declaração de amor da dona Neném para seu esposo, Francisco Chagas. Meses atrás, os dois começaram uma paquera durante as atividades do grupo e hoje estão casados. Dona Neném aproveitou o momento para dizer aos solteiros da terceira idade que não percam tempo, porque é muito bom ter uma companhia. "Estou muito feliz com o meu companheiro. Ele é muito importante na minha vida. Por isso digo para todos vocês que estão solteiras arrumar logo um parceiro”, recomendou.

A professora Fontana agradeceu a equipe do programa, já contando com futura parceria nas atividades do grupo. "Agora, o Justiça Comunitária vai virar parceiro oficial da terceira idade, pois depois desse evento, que foi maravilhoso, vão surgir as cobranças. Podem apostar, eles (os idosos) nunca esquecem esses momentos. O evento realmente foi maravilhoso. As pessoas da melhor idade amaram o dia de lazer e mais uma vez demonstraram que ser idoso não é sinônimo de sedentarismo, tampouco sinônimo de que estão no final da vida", enfatizou. E acrescentou: "Pelo contrário, tem-se muito a viver e ser feliz depois dos 60, principalmente quando é possível ter uma qualidade de vida que supra as necessidades físicas, sociais e emocionais por meio de parcerias como o do Programa Justiça Comunitária. Esse evento realizado demonstra que as pessoas da melhor idade já contribuíram muito na formação do mundo em que vivemos hoje. Nada mais justo do que dispensar parte do nosso trabalho, de nossa dedicação para propiciar a eles dias memoráveis como esse promovido pela Justiça. Só temos a agradecer", destacou a professora.

A atividade contou com a parceria da Prefeitura de Capixaba, Seaprof, Secretaria de Desenvolvimento Social, Secretaria Municipal em Educação, Secretaria Municipal em Saúde, Varejão Pingo, Baratão Capixaba, Casa de Carne Três Irmãos, Panificadora Styllus, Agropecuária Boi Ouro, vereadores Rômulo Barros, José Augusto, Cláudio Feitosa, Zeca Barros, Kiko, Armando D'áines, Anadir Oliare e Chico Gomes, professoras Zana e Rosangela Costa, empresária Elenilda Xavier, estudante Neivo e os proprietários do local do evento, "Seu Qualhada" e Dona Marta.

Programa Justiça Comunitária
Idealizado e coordenado pela Desembargadora Eva Evangelista, o Programa Justiça Comunitária é desenvolvido pelo Tribunal de Justiça Acreano desde 2002, inicialmente em convênio com o Ministério da Justiça.
Desde 2006 o Programa vem sendo executado em parceria com a Prefeitura de Rio Branco e recentemente foi fortalecido por conta dos convênios nº 034/2008, do TJAC com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania - Pronasci, do Ministério da Justiça, e nº 700546/2008, com a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República. Esta última parceria tornou-se possível pelas emendas parlamentares apresentadas pelos deputados federais Nilson Mourão, Ilderlei Cordeiro, Sérgio Petecão e Flaviano Melo. Em Rio Branco, o Programa é desenvolvido em 35 bairros carentes, divididos em seis regionais.
No ano de 2009, pela primeira vez, o mesmo trabalho realizado com sucesso na Capital começou a ser colocado em prática em outros dois municípios do Estado - Capixaba e Epitaciolândia -, onde também vem realizando bons resultados na solução rápida e amistosa de pequenos conflitos, por meio da mediação e conciliação.
Em Capixaba, o Núcleo do Justiça Comunitária funciona de segunda a sexta-feira, no período das 07 às 13 horas, no prédio da Câmara Municipal da Cidade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Produtores rurais - “sem lenço e sem documento”


No Brasil, desde os tempos mais remotos, reforma agrária é sinônimo de má distribuição de terras. Enquanto a maior parte da terra está nas mãos dos latifundiários, os pequenos produtores vão vivendo a mínguas, “sem lenço e sem documento”.

É bem verdade que a expressão “desenvolvimento sustentável” impera nos discursos governamentais. O discurso é elogiável. A prática, invisível.

Por um lado, o Governo proíbe o pequeno produtor de desmatar, tocar fogo em seu roçado, prometendo um sonho ainda longe de virar realidade no Acre, que é a garantia de uma agricultura sustentável de fato e de direito para todos. Por outro lado, a desesperança invade o agricultor, pois, como essa proposta do governo não chega ao campo em seu “desenho perfeito”, ele se cansa de esperar, optando por cultivar suas lavouras de modo tradicional, “recebendo”, por essa atitude, multas elevadas, expedidas por órgãos ambientais, que se preocupam mais em saber os passos dos pequenos do que saber os passos daqueles que mais devoram a nossa floresta, sem dó nem piedade, na corrida pelo lucro financeiro.

Já que as promessas não são cumpridas, a saída que resta é pressionar. Ao longo da história, fazer pressão ao Governo sempre gerou resultados satisfatórios para diversos segmentos, seja qual for: trabalhistas, estudantis, rurícolas. A pressão pelos direitos é legítima. É a vontade do povo em fazer com que o Estado devolva em serviços ao cidadão, o capital arrecadado por meio dos impostos.

A finalidade de a arrecadação ser transformada em serviços à comunidade, teoricamente, é muito positiva. Mas, nesse meio, entra também aquela velha história da corrupção política no Brasil, que mesmo existindo mecanismos de controles, tais como as auditorias realizadas por tribunais de contas estaduais e federais, a corrupção é alarmante. O cidadão brasileiro já se deparou com o tal do “mensalão”, “mensalinho”, dinheiro na mala, na cueca, contratos de publicidade superfaturados, estatais como a Petrobrás envolvida em propinas, e por aí vai, vai, vai! Obviamente, tudo isso leva o Brasil ao caos.

Contudo, mesmo que a batalha contra os assombros do Sistema seja árdua, a vitória não é utópica para quem tem força e voz ativa para lutar por melhorias.

Hora da pressão:
Produtores do Alto Acre unem forças e cobram do Governo o cumprimento das promessas

Na madrugada de hoje, mais de 500 famílias de camponeses do Alto Acre (Capixaba, Xapuri, Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil) estavam preparadas para fechar a BR 317, km 78, local próximo à zona urbana do Município de Capixaba, com o lema “Movimento dos Povos Oprimidos do Alto Acre”.

Dias antes, o superintendente da Policia Rodoviária Federal do Acre foi comunicado do fechamento da BR 317. Com essa informação em mãos, as polícias estaduais e federais impediram que caminhões lotados de produtores partissem para o local do bloqueio. Agora o Governo tenta negociar com os produtores.

Exigir que o Governo do Acre cumpra a promessa de promover qualidade de vida no campo era o principal objetivo do movimento. Detalhe: nenhuma novidade para o Governo Binho Marques, uma vez que enfatizou em campanha eleitoral que a prioridade de sua gestão seria o homem do campo, já que o Governo anterior, (Jorge Viana), concentrou suas ações, sobretudo na cidade.

Dentre as reivindicações, os produtores destacam a melhoria de acesso às estradas vicinais da região, anistia às pesadas multas emitidas pelo IBAMA e IMAC, condições para a prática da agricultura familiar sem o uso do fogo, crédito habitação, regularização fundiária das áreas de posse, fortalecimento do agroextrativismo, entre outras.

“A Polícia impediu o movimento e o Governo vai tentar negociar com a gente. Se eles não negociarem conforme queremos, nós vamos fechar a BR. O movimento ainda não parou”, advertiu o Técnico de Organização Produtiva da Cooperativa Agroextrativista dos Produtores de Epitaciolândia e Brasiléia (CAPEB), José da Silva Pereira.