Adentro-me, sem hesitar, na linguagem popular de Portugal, pois é giro a espontaneidade da fala! Então, anda cá, pois vou levar-te a sítios fixes.
De acordo com os dicionários, ‘a gíria é uma linguagem peculiar que se origina de um grupo social restrito e alcança, pelo uso, outros grupos, tornando-se de uso corrente. Ela designa palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o grupo dos demais criando um jargão próprio’.
Na região que cá estou, o que é bonito não é bonito. É giro! E o que é muito bom, não é muito bom. É fixe! Polícia é Bófia e banheiro é casa de banho. Em Portugal, sempre vá a casa de banho, tá bem?
Mas, hein gajo, eu quero seu dinheiro! O gajo responde: Tá bem tá!
‘Tá bem tá’ funciona como uma ironia em resposta a algo que não pretendemos aceitar. - O termo gajo é muito utilizado para referir-se a pessoas.
‘Puto’, venha ao pé de mim! Ooops! Assim como miúdo, puto significa criança, menino, filho.
E para concordar com algo, o português utiliza muito as expressões: ‘tá bem’, especialmente, ‘pois’ e ‘ah, pois’.
Gírias giras!
E para concordar com algo, o português utiliza muito as expressões: ‘tá bem’, especialmente, ‘pois’ e ‘ah, pois’.
Gírias giras!
• À sombra da bananeira – Despreocupado.
• Água pela barba - Situação desesperante.
• Aproveito a boleia - Vou contigo, já que vais, eu também vou.
• Bilhardeira/o (Madeira) - Pessoa conversadora, fofoqueira, mexeriqueira.
• Cabeça de alho chocho - distraído, esquecido.
• Cara de caso - estar preocupado.
• Cortar as vazas - Impedir algo ou alguém.
• Chui ou bófia – Polícia.
• Chular - Pedir quase extorquindo, tomar conta de prostitutas, prostituir-se (masculino).
• Dar troco - Dar conversa.
• Dar a volta ao bilhar grande - Ir chatear outra pessoa.
• Descalçar a bota - Resolver um problema.
• Estar com os azeites - Estar aborrecido / chateado com algo.
• Estar-se nas tintas - não querer saber, ser indiferente, ignorar deliberadamente.
• Encostar a roupa ao pêlo - Bater em alguém.
• É muito fixe - É muito bom.
• Fazer vista grossa - Fingir que não viu; relevar; negligenciar.
• Ir aos arames - Enervar-se, irritar-se.
• Pôr a cabeça em água - cansar, extinguir a paciência.
• Pôr-se a pau - Estar atento.
• Queque - Pessoa habituada a viver bem sem nunca ter trabalhado para tal.
• Que giro - Que bonito! Engraçado!
• Ter macacos (ou macaquinhos) no sótão - Ter ilusões, achar que algo muito improvável de acontecer é bastante possível.
• Trocar alhos por bogalhos - Confundir factos e/ou histórias.
• Troca-tintas - Mudar de ideias facilmente; traidor.
• Ter lata - Ser descarado.
• Vá chatear o Camões - Ir chatear outra pessoa.
• Voltar à vaca fria - Voltar ao assunto com que se iniciou uma conversa.
Verbos
Ao contrário do Brasil que usa muito os verbos no gerúndio, uma característica forte da linguagem formal de Portugal é o uso do verbo no infinitivo.
O que estar a fazer, miúdo? – Estou a desenhar, mamãe!
Pronomes
Senhor e senhora para os formais. Tá bem? Pois tá. "Você' para muitos portugueses é uma ofensa, pois é o mesmo que chamá-los de velhos. E eu vivo a fazer essas parvoíces . Sinto muito, é o hábito.
Na informalidade, às vezes penso que estou a conversar com algum gaúcho, pois se utiliza, demasiadamente, o pronome pessoal da 2.ª pessoa do singular, tu, de forma explícita ou não.
Tu és uma rapariga sábia. Queres gelado ou sumo?
Tás a ver os exemplos? Gelado aqui significa sorvete, e sumo é o mesmo que suco. Já o termo ‘tás a ver’ ouve-se frequentemente nas explicações de algum assunto. Se numa conversa o brasileiro usa sempre o questionamento: ‘tá entendendo?’, o português usa: ‘tás a ver?’. Ou ainda: ‘tás a perceber?’ Tás - contração da palavra ‘estás’. Pois.
Pois tá... Vou andar, dançar, passear, viajar, ‘comer, rezar e amar’...
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